15 de janeiro de 2013

Jogos Vorazes: nada é o que parece

Acabei de ler Jogos Vorazes esses dias e, de repente, me vi na obrigação de escrever algo sobre essa trilogia que me surpreendeu tão positivamente. Antes de julgar, saiba que comecei a lê-la imaginando ser uma coleção infantil, tal como outras que gosto tanto, mas ela se mostrou infinitamente diferente do que eu imaginava ser.

Para começar, Jogos Vorazes é aquele tipo de livro que te prende, do início ao fim. Você começa achando que será só mais um na lista e ele se torna um dos seus favoritos. Não que a autora seja a melhor escritora do mundo, não o é. Na realidade, histórias que são escritas em primeira pessoa raramente me agradam. No entanto, o jeito que ela explora algo tão importante - a política - de um modo tão atraente me faz querer recomendar os livros para qualquer um.


A história é ambientada em um país chamado Panem, que é formado por 12 (antes 13) distritos - encontrei, aqui, uma alusão clara às Treze Colônias da América do Norte. Cada um destes distritos é governado pela Capital com unhas e dentes já que, anteriormente, uma rebelião havia se transformado em uma verdadeira guerra. Para não esquecer dessa época, conhecida como Dias Escuros, quando o distrito 13 é destruído, a Capital cria os Jogos Vorazes, em que duas crianças, conhecidas como tributos, de cada distrito, são enviadas a uma arena, onde lutam até a morte. Um meio de mostrar quem manda de verdade no país.

Um belo dia, a irmã de Katniss Everdeen, de apenas 12 anos, é escolhida como tributo feminino. Katniss, obviamente, não quer que ela participe dos jogos e, então, oferece-se para ir em seu lugar. A partir daí, começam dias de terror em uma arena repleta de animais selvagens, armadilhas e, claro, tributos sedentos por sangue.

Até aí, certo: uma história boa e cheia de ação que tem tudo para arrebatar muitos fãs. Contudo, ao longo da narrativa, percebemos o que, de fato, a autora quer mostrar. Aos poucos, inicia-se uma nova rebelião nos distritos de Panem - que a Capital quer desesperadamente controlar. No entanto, parece que a chama já foi acesa e não há nada que possa apagá-la.

(Se você não leu os livros ainda, talvez queira parar por aqui)

Quando os rebeldes finalmente vencem, é hora de um novo poder ser instaurado. Surge, então, a ideia de ser feita uma última edição dos Jogos Vorazes com filhos e netos daqueles que, anteriormente, estavam no poder da Capital. Os vitoriosos de edições passadas, então, são reunidos para uma votação: quem concorda com uma nova edição dos Jogos Vorazes? E a maioria deles diz sim. Inclusive Katniss.

A partir daí, coloca-se em pauta o que, de fato, é a rebelião. Quer dizer, bastou que a ordem se invertesse para que as coisas voltassem ao que eram: uma minoria tentando esmagar a maioria. Um pequeno poder tentando mostrar quem verdadeiramente governa o país. Então, a ideia de que, mesmo com uma rebelião, aos poucos, tudo voltará a ser o que era é abordada por um dos personagens que percebe que, no fundo, todos somos iguais.

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