10 de março de 2013

Cidade estranha, com gente esquisita

Paulistano é um bicho engraçado. Odeia São Paulo, fala mal, diz que é suja, sem árvores e com cheiro ruim, mas, se alguma pessoa que não é daqui falar que a cidade não presta, sai debaixo! Fala palavrão, grita e até dá porrada.

No trânsito, paulistano se sente como o dono do mundo, corta todos os carros, buzina, acelera pra assustar pedestre e ai de alguém se tentar entrar na sua frente: vira um bicho macho. Ter carro, para paulistano, é sinal de status. Pode estar devendo meses de aluguel, mas se tem o carro da moda, então tudo fica bem. Na rua, só se enxerga preto, prata e branco. Carro amarelo já foi bonito, hoje é feio. Carro branco já foi táxi, hoje é coisa de quem tem bom gosto. Vai entender.

Paulistano que é paulistano sabe que sua praia fica na Avenida Paulista. Durante a semana, o lugar é um caos, as pessoas se atropelam e disputam lugar com os carros na rua. Aos fins de semana, contudo, é um ótimo lugar para relaxar tomando aqueeela cervejinha gelada. Mas, atenção: em época de Natal, fique longe! Paulistano adora dar uma volta para ver a decoração da avenida e pobre daqueles que só querem chegar em casa logo.

Paulistano adora ir na 25 de março comprar muamba, mas depois reclama que o relógio de 10 reais molhou e parou de funcionar. Adora ir ao mercadão no centro comer o melhor pastel de bacalhau do mundo e o maior sanduíche de mortadela, mas pede coca-cola light para acompanhar. E compra milhares de brincos por 70 centavos, mas passa base de unha nele para não inflamar a orelha.

Paulistano é esquisito mesmo. Tem mania boba, insiste em coisas sem sentido e tem uma relação instável com a cidade de São Paulo. Uma hora ama, outra odeia, outra acha que aqui é um lugar bom só para turista. No entanto, ama a sua cidade como ninguém outro e, ao ser perguntado se gostaria de se mudar, responde: até que eu gostaria, mas não há lugar como São Paulo...

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